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quinta-feira, 8 de março de 2012

7º Capítulo - Seeking Happiness - Thud.


Como a felicidade de uma pessoa pode ser totalmente apagada em menos de 24 horas?

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POV Charlotte.

Minha cabeça doía muito. Abri os olhos lentamente. Havia pessoas gritando por ajuda, no começo não entendi muito o porquê, depois enxerguei melhor.
Estava em meu carro. Lembrei-me que perdi o controle e nós capotamos. Além de minha cabeça não sentia uma dor significativa em nenhuma outra parte do corpo.
Olhei para o lado e avistei Peter. Arregalei os olhos. Tentei me soltar do cinto de segurança, mas ele não queria soltar.
O sangue de Peter o ensopava. Ele tinha um ferro atravessado por sua barriga.
Meus olhos estavam cheio de lágrimas.
- POR FAVOR, AJUDA! SOCORRO! – eu não conseguia parar de gritar.
Alguém veio até minha janela e falou comigo.
- Minha senhora, você esta bem? – sua voz estava tomada de preocupação. Não consegui prestar atenção em seu rosto.
- EU ESTOU, MAS MEU FILHO NÃO! PELO AMOR DE DEUS, ALGUÉM CHAME AJUDA, ELE ESTA PERDENDO MUITO SANGUE!
- Já chamamos ajuda. Eles já vão chegar.
A pessoa se afastou.
Se algo acontecesse a Peter eu nunca me perdoaria.
Bombeiros e paramédicos cercaram o carro. Abriram a minha porta, cortaram meu cinto de segurança e me tiraram dali. Eu realmente não estava muito machucada. Só minha cabeça que eu havia batido. Me pegaram no colo e já me levavam pra uma maca. Quando me prendiam na maca e colocavam o colar cervical eu surtei.
- MEU FILHO! ELE PRECISA SER SOCORRIDO! EU ESTOU BEM, ELE NÃO, TEM UMA COISA ENFIADA...
- Minha senhora, ele já esta sendo socorrido.
Terminaram de me prender na maca e me colocaram dentro da ambulância.
Peter, só pensava em Peter.
  
~~~

POV Bells.


A voz de minha mãe estava me incomodando. Ela falava alto e estava nervosa. Com será que ela estava falando? Não estava ouvindo a voz de mais ninguém.
Abri os olhos e a claridade os invadiu. Levantei lentamente, me lembrando da noite anterior, o que tinha acontecido ali mesmo, no meu quarto. Um sorriso se abriu em meu rosto. Nunca iria imaginar que Peter ia fazer isso! E nem desconfiei das atitudes estranhas de Val, Michelle e nem mesmo no convite de Matt. Isso tudo foi bem planejado pra eu ter uma surpresa daquelas.
Eu tinha sonhado com nosso casamento, em como ele iria ficar lindo num terno preto, me esperando no altar.
Fui para meu banheiro lavar o rosto e escovar meus dentes. Quando terminei desci descalça as escadas e fui direto para cozinha, a fim de arrumar algo pra comer. Minha mãe estava sentada a mesa, de costas para mim.
- Bom dia mãe! – ouvi que ela chorava baixo – Mãe? O que aconteceu? – me ajoelhei em sua frente e peguei suas mãos.
- Peter. Peter e Charlotte Bells.
- O QUE TÊM ELES? POR QUE VOCÊ ESTA CHORANDO? – arregalei os olhos, começando a ficar preocupada.
- Eles sofreram um acidente ontem quando voltavam do nosso jantar.
Eu estava em choque. Me afastei dela e sentei no chão, com os olhos mais arregalados que antes.
- Isso é uma brincadeira de muito mau gosto, sabia mãe? – lancei um olhar de censura a ela.
- Bells, você não sabe o quanto eu queria que isso fosse brincadeira, mas não é – ela estava séria. É, ela não estava brincando.
Me levantei num pulo.
- Mas eles tão bem né? VAMOS PRO HOSPITAL AGORA!
- Eu não sei, eu não sei. Só estava esperando você acordar pra irmos.
- Vou me vestir, já volto – sai correndo em direção ao meu quarto, já pensando em que roupa vestir.
Cheguei lá e abri meu guarda roupas e vi uma calça preta colada, peguei-a e joguei na cama. Abri a outra porta e procurei uma blusa, e encontrei uma grande, amarela tinha na frente escrito “GAP”. Joguei-a em cima da cama também. Peguei qualquer regata e fiz juntar-se as outras roupas em cima da cama.
Tirei meu pijama e coloquei as roupas que estavam na cama. Peguei uma meia e coloquei rápido, já indo procurar meu coturno.
- TO PRONTA MÃE! – gritei enquanto descia rapidamente as escadas.
- Vamos então – disse com as chaves do carro na mão.

~~~

Chegamos à recepção do hospital e pedimos pra visitar o quarto de Charlotte.
Quando chegamos Charlotte estava abraçada aos joelhos, com a cabeça baixa, um homem ao seu lado, que vi ser o pai de Peter.
Bati na porta.
- Licença?
- Pode entrar Bells – o Sr. McCain disse.
- Olá Sr. McCain.
- Sabe que pode me chamar de Jason, Bells – a voz do Sr. McCain estava embargada e seus olhos levemente vermelhos.
- Ok Jason.
- Charlotte, você está bem? – minha mãe entrou no quarto.
- Onde Peter esta Jason? – perguntei baixo – Charlotte e ele se machucaram?
- Charlotte teve que dar uns pontos na cabeça, no lugar que bateu – seus olhos ficaram mais vermelhos, e lágrimas transbordaram por eles – Fiquei sabendo que ontem Peter te fez uma surpresa, não é mesmo? Sinto muito por não estar com vocês, mas como sabe o trabalho toma muito o meu tempo. Sinto muito por não ter dado a atenção que Peter merecia, por ficar com ele. Eu sinto muito mesmo. Peter não resistiu Bells, ele perdeu muito sangue, e quando chegou ao hospital já não havia o que fazer. Ele se foi – Jason voltou para perto da minha mãe e de Charlotte.
Eu sai do quarto sem dizer nada. Sai do hospital. Eu não queria ficar ali. Eu tenho que pensar, e aqui não é o melhor lugar.
Fui para longe dali, perdida em pensamentos. Andava sem rumo pelas ruas. Começou a chover. Muito forte.
Por quê? Por que Peter? Por que agora, logo depois de ter me pedido em casamento? Quando tudo parecia finalmente estar no lugar? Quando exatamente tudo estava perfeito?
Me apoiei numa vitrine quando tropecei em algo, mas isso não evitou que eu caísse. Fiquei ali, caída na rua, sem forças para me levantar.
Me sentei e me abracei meus joelhos com força. Eu estava fraca, mas mesmo assim nenhuma lágrima caiu de meus olhos. Me sentia oca. A momentos atrás minha cabeça estava cheia de pensamentos, e agora... Nada. Eu não estava conseguindo raciocinar. Fui tomada por uma escuridão desconhecida.

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Ela sentiu como se seu mundo tivesse sido roubado. Sua felicidade tinha sido roubada. Bells pela primeira vez se sentiu sem chão. Sozinha.

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