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quinta-feira, 8 de março de 2012

4º Capítulo - Seeking Happiness - Charlotte and Concerns.


Ninguém nunca se perguntou por que as pessoas, às vezes, param de falar simplesmente. Talvez seja por que tem muito a dizer, e poucos para lhe ouvirem. A única saída acaba sendo o silencio.
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Eu não acredito nisso! A mãe dele tinha nos pego num momento daquele! Só o que eu pensei em fazer for sair correndo.
Meu rosto estava muito quente. Nunca mais teria coragem de olhar na cara da Sra. McCain.
Ouvi três batidas rápidas na porta. Eu não iria abrir.
- Bells, a mamãe já saiu, fica tranqüila. Deixa eu entrar.
- Nunca mais eu saio daqui Peter. É sério.
- Para Bells, deixa eu entrar!
Fui até a porta e a abri. Peter me abraçou e me deu um beijo no topo da cabeça. Seu peito tremeu e eu percebi que estava rindo. De mim.
- Por que esta rindo? – fiz uma careta e sai de seu abraço, com uma careta.
- De você – continuou rindo baixo.
- Percebi – me direcionei a porta – Vou embora, e nunca mais volto.
-Bells, ele me abraçou por trás e beijou meu ombro. Seus braços envolveram minha cintura. - Para com isso, minha mãe ficou sem jeito, até pediu desculpas.
- Mas olha como nós estávamos quando ela chegou! – arregalei os olhos – eu vou me vestir e vou a pé pra casa – tentei me soltar de seus braços, mas ele me apertou contra si.
- Se você quer mesmo ir embora, deixa que eu te levo pelo menos.
- Não Peter, você precisa dormir, ficou deitado no chão... – Ele me virou de frente pra ele e me calou com um beijo, que eu retribuo.
Depois que já estávamos sem fôlego, eu o abracei forte, e sai do banheiro. Estava indo para o guarda roupas de Peter, tenho que achar uma roupa pra eu ir embora, já que meu vestido estava molhado e todo sujo de areia.
- Que tá fazendo?
- Procurando uma roupa pra eu ir embora. Meu vestido tá todo sujo. Nunca deixei nenhuma calça minha aqui?
- Esqueceu um calção semana passada.
Abri a tal gaveta, e estava lá o calção. Era preto e desfiado na barra. Ia combinar com sua camisa do Slayer.
- Vai esse mesmo.
Vesti rápido, antes que a mãe dele subisse de novo.
- Tem certeza que não quer ficar mesmo amor?
- Não consigo olhar na cara da Sra. McCain de novo, sério.
Ele segurou meu rosto em suas mãos.
- Ela pediu desculpas, e ela não é um bicho de sete cabeças. E a gente namora há dois anos já, ela deve imaginar que transamos né Bells? – ele ria de novo – de qualquer jeito vai ter que passar por ela se quiser ir embora.
- Eu pulo a janela.
- Isso é ridículo, vamos descer.
Ele tentou me puxar para a porta, mas eu estava firme, não queria ver sua mãe, ainda estava morrendo de vergonha.  Ele me surpreendeu quando veio até mim e me pegou no colo.
- ME LARGA PETER! AGORA!
- Não.
Ele desceu as escadas comigo em seus braços, e quando chegamos na sala e eu avistei sua mãe sentada no sofá eu me encolhi em seu peito.
- Peter, me deixa na porta que ela nem vai me ver – sussurrei.
- Olha mamãe, quem veio te dizer um oi – seu sorriso era enorme.
Dei um soco em seu peito com a maior força que consegui. Seu sorriso vacilou, mas continuou ali.
- Oi Senhora McCain – sorri sem graça quando Peter me deixou no chão.
A mãe de Peter veio até nós e apertou a minha mão de leve.
- Nos conhecemos a tanto tempo que o senhora não é mais necessário, não é Bells?
- Tudo bem, senho... Charlotte. Mas é que não consigo me acostumar com isso – ri baixo.
- Mas tem que se acostumar, já que é da família – ela sorriu simpática para mim.
Ela tinha alguns fios brancos, mas o resto de seu cabelo era castanho claro, quase loiro, diferente de Peter, que tinha os cabelos bem pretos. Seu pai tinha os cabelos pretos. Ela é magra, e aparenta menos idade do que realmente tem. Eu adoro minha sogra, mas no momento eu estava morrendo de vergonha.
- Acho que já vou indo – disse, já que todos estavam em silencio.
Me virei em direção a porta, já pensando em abri-la, mas uma mão me conteve. Peter me puxou pelo pulso.
- Minha mãe vai tomar café com a gente.
- Peter, minha mãe deve estar preocupada, eu não avisei que ia dormir aqui. Você entende, não é Charlotte?
- Claro que entendo querida, pode ir.
Fui até ela e dei um abraço.
- Desculpe pelo que aconteceu lá em cima.
- Eu que tenho que me desculpar, deveria ter batido antes de entrar, mas não sabia que você tinha dormido aqui.
- Bom, vou indo.
- Te levo até o portão.
- Tá – acenei de novo para Charlotte, que tinha ido se sentar no sofá novamente.
Peter me pegou pela mão e levou até o portão.
- Desculpe, mas é que estou muito sem graça mesmo. Diga a sua mãe que venho jantar aqui. Tá bem?
- Tá.
- Peter, o que aconteceu?
- Nada não.
Me lembrei da noite anterior.
- Você quer conversar sobre ontem? Eu aceito levar sermão – ri baixo, mas ele não fez o mesmo, como esperava – O que aconteceu Peter?
- Seu amigo.
Meu coração falhou uma batida, e depois acelerou. James.
- O que tem meu amigo?
- Depois que eu fechei a porta, ouvi ele dizendo que sabia que nosso namoro não iria durar muito.
Por que James disse aquilo?
- Não importa o que ele pensa meu amor, eu quero você pra sempre.
- Pra sempre? – ele sorriu agora.
- Sim, pra todo sempre.
- Eu também. E quero que seja só minha.
- Eu sou só sua – O abracei forte.
- Não quero te perder.
- E não vai, sabe disso. Meu coração é inteiramente seu.
O beijei com vontade, com intensidade.
- Você é minha vida, entendeu Peter?
- E você é a minha – Ele brincou com minha aliança.
- Agora eu tenho mesmo que ir Peet, minha mãe deve estar ligando para todos os meus amigos – rimos em uníssono.
- Tá, vai lá – disse ele, me puxando pra mais um beijo.
- Se você deixar, né? – ri em seus lábios.
- TCHAU PETER! – eu gritei quando ele ia me puxar pra mais um beijo.
Enquanto andava até minha casa, que ficava a mais ou menos 30min de caminhada dali, estava pensando em que James disse a Matt. Não tem motivo pra que ele tenha dito isso. Meu namoro com o Peter sempre foi calmo, sem muitas brigas. Mas provavelmente foi a bebida que o levou a dizer isso.
Teria que enfrentar minha mãe quando chegasse em casa, por que eu sumi desde as 4h da tarde de ontem, e não liguei pra avisar onde estava.
Agora eu estava a uma quadra de casa. Virei à esquina, e percebi que minha mãe estava sentada na escada que tinha em frente nossa casa.
Corri até lá, parecia que ela estava chorando.
- Mamãe, mamãe! – Gritei quando cheguei mais perto. Ela correu até mim e me abraçou – Desculpa, é que eu encontrei os meninos na praia, e a gente ficou até tarde conversando, achei melhor ir pra casa do Peter e não te acordar àquela hora.
- Você imagina o quanto você me deixou preocupada menina?
- Desculpa mãe – Danny estava mesmo brava. Srta Kutner era muito protetora.
- Desculpo, mas prometa que nunca mais vai fazer isso!
- Prometo sim, mãe. Vamos entrar agora?
- Vamos – Subimos as escadas.
- Alias, vou jantar com a mãe do Peter hoje, tá?
- Mas mal chega em casa e já quer sair? – disse isso num tom sério, mas logo riu – Tá, pode ir.
Entramos em casa, sem discussões, sem lições de moral. Ninguém queria brigar comigo hoje, não é?
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Ninguém gosta de sentir medo, mas não quer enfrentar os seus. Como para de se ter medo sem ao menos conhecer-lo devidamente?

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