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quinta-feira, 8 de março de 2012

2º Capítulo - Seeking Happiness - Binge.


Contos de fadas são bonitos, mas nunca se sabe o que acontece depois do ‘’felizes para sempre’’. Nem os contos de fadas são perfeitos. E talvez o ‘’para sempre’’ acabe antes do que você imagina.
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Eu morava numa cidade chamada Huntington Beach, e eu a achava perfeita para mim. Na verdade, eu amo a Califórnia. Eu adoro o sol daqui, as pessoas. Enfim, era um lugar perfeito para alguém como eu viver.
E meus amigos, da Huntington Beach High School, faziam minha vida ali ser ainda melhor. E também tinha Peter. Era a pessoa com quem eu quero passar o resto dos meus dias. Nós namoramos há dois anos já. Eu o amava com cada célula do meu corpo. E ele parecia me amar quase da mesma forma.
Estava um calor insuportável, então combinei com Leana de ir à praia. Ficava a 10min da minha casa, então não tinha necessidade de usar o carro. Coloquei um biquíni vermelho, que percebi que ficava chamativo em minha pele.
As únicas coisas que eu levei foram uma toalha, protetor solar, e uns óculos. Não precisava mais que isso. Coloquei um vestido leve, listrado preto e branco. E nos pés um chinelo branco. Peguei meu celular e disquei o numero de Leana.
- Alô? – eu disse antes dela.
- Oi Bells, já tá pronta? Por que eu to indo ai.
- Já, pode vir. Tchau – lembrei de uma coisa – não chamou ninguém, não é? – tinha pedido pra irmos nós duas.
- Não.
- Ah tá. Bom, tchau então.
-Tchau.
Queria que fôssemos só nós duas, por que Leana era louquinha, mas respeitava meu espaço. E hoje eu não estou com o que se chama de animação.
Passados 10min Lea tocou a campainha. Peguei minha bolsa e desci as escadas calmamente.
- Oi Lea – disse, dando um sorriso.
- Oi Bells.
- Vamos?
Leana estava estranha, não estava tão animada quanto parecia que estava pelo telefone. Enquanto caminhávamos decidi perguntar o porquê disso.
- Lea, tá acontecendo alguma coisa?
- Não – ela nem sequer olhou para mim.
Tudo bem. Vou descobrir.
Estávamos a alguns metros da areia quando avistei Matt e Johnny. Eles nos olhavam.
- LEA! VOCÊ DISSE QUE NÃO IA CHAMAR NINGUÉM! – arregalei os olhos para ela, parando de andar.
- Mas é que você tá toda desanimada e eu queria te ajudar a se animar... – ela foi interrompida por Matt, que veio até nós, com Johnny ao seu lado.
- Oi meninas. Oi pequena – me abraçou brevemente.
- Oi Matt – consegui sorrir fraco. Adorava quando me chamavam de minha pequena. Ele cumprimentou Lea. Johnny me cumprimentou com um maneio de cabeça, e eu respondi com um sorriso tímido – Pronto Lea, pode começar a explicar agora.
Os meninos me olharam curiosos.
- Você tá pra baixo e eu quero te animar!
Senti meu rosto esquentar lentamente. Quando eu ia me virar e sair senti alguém me puxando pela cintura. Era Matt.
- Vamos lá, Bells. Vamos curtir.
- Não to com animo pra ‘’curtir’’.
- Vai estar a partir de agora – ele soltou minha cintura e se abaixou um pouco.
Quando eu percebi o que ele pretendia fazer, tentei correr, mas ele foi mais rápido. Pegou minhas pernas e me segurou pelas costas.
- Me solta, brutamontes! – não pude evitar a risada que estava saindo de meus lábios.
Ele mostrou a língua para mim. Eu olhei para o lado e encontrei uma Leana e um Johnny rindo.
Não conseguia NÃO me animar com eles ali, rindo comigo.
- Eu me rendo, pode me deixar no chão, Sanders. Vem mais alguém? – olhei para Leana de relance.
- Na verdade – Lea hesitou – vem. Vêm as meninas, o Jimmy e o Zacky.
- Então vem todo mundo.
- É.
- Jimmy e Zacky vão trazer bebidas – Johnny estava com um sorriso enorme no rosto.
- Você não muda não é Johnny? Pinguço como sempre – todos riram, inclusive Johnny.
- OLÁ! – reconheci a voz de Jimmy. Veio de trás de mim, então me virei para olhá-lo.
- Oi Jimmy – dei um beijo em seu rosto.
- Oi Zacky – fiz o mesmo.
- Já que está todo mundo aqui, vamos curtir! – eu ri um pouco alto demais.
- De onde veio essa animação? – ouvi Lea resmungar para Johnny.
Sorri e abracei Jimmy, estava com saudades.
- Cadê as bebidas? – perguntei
- Quem disse que eu era pinguço, hein? – Johnny perguntou, me encarando. Apenas ri.
- Nós vamos ou não vamos beber?
Zacky tirou um fardinho de Heineken de um saco de papelão que estava em sua mão, cujo eu não tinha visto até agora.
[...]
Passamos a tarde inteira bebendo e conversando. Estava ficando tarde, e eu estava totalmente bêbada. Tomei uma garrafa de vinho, seis de cerveja, e meia garrafa de whiskey. Eu estava à beira de um coma alcoólico. Lembro de Lea indo embora e de Zacky e Johnny se mandando também.
- Bells, você tá bem? – percebi que o céu já estava escuro, e que a praia estava vazia, a não ser por nós.
Deitei no colo de Matt.
- Não, eu sou uma bosta.
- Para com isso pequena, você sabe que não é! – Matt estava sóbrio, mas não parecia.
- Cara, ninguém gosta de mim! – falei alto.
- Tá na fase de bêbada em depressão – ele riu-se – Vamos, vou te levar pra casa.
- Você tá louco? Eu to mal, quer que meus pais me vejam assim? – apontei para meu rosto. Me sentia descabelada, e tinha areia por cada centímetro do meu corpo.
- Para onde eu te levo então? – Matt se levantou.
- Pra casa do Peter, acho que os pais dele não estão lá – falei com uma voz arrastada. Tentei levantar, mas fiquei tonta e quase cai de volta, mas Matt me segurou.
- Vamos Jimmy, temos que levar ela pro Peter – sua voz me pareceu entediada.
- Por quê? Ele é um babaca – disse Jimmy.
- Hey, você esta falando do meu namorado!
- Não é por que é seu namorado que não é babaca – me olhou com um ar irônico – Na verdade, você é boa demais pra ele.
- Para James. Deixa ela – Matt se manifestou. Eu ainda estava nos seus braços. O abracei. O mais forte que consegui. E comecei a chorar. Na verdade estava tendo uma crise de choro.
- Pequena, não liga pro que o idiota do Jimmy tá dizendo. Não precisa chorar. Shhhhh. Viu o que você fez?
- Desculpa Bells, não queria dizer aquilo – senti que passou a mão em meus cabelos.
- Não é por isso que eu to chorando. É por que eu sou uma idiota que fica bêbada e depressiva. E chora. Me leva pro Peter, Matt.
- Vou levar – se soltou do meu abraço e pegou na minha mão – Consegue andar até o carro?
- Acho que sim – fiz uma careta.
- Deixa eu levo ela até o carro – Jimmy disse.
Jimmy abraçou meus ombros ao mesmo tempo que Matt soltava minha mão.
Estava sonolenta. Dormi andando, e senti minha bochecha batendo no chão. Abri os olhos na mesma hora.
- Bells, você tá bem? – a voz de Jimmy estava preocupada.
- Sim – tentei levantar, mas Jimmy me pegou no colo – Não precisa, eu ando até o carro – minha voz saiu um tanto lenta.
- Você vai acabar caindo de novo. Deixa de ser teimosa.
Eu estava com frio, e Jimmy estava quente. Encostei minha cabeça em seu peito.
Quando chegássemos na casa de Peter ele ia me dar um sermão do tamanho do mundo inteiro. Mas sei que vai me deixar passar a noite lá. Eu sei que o que fiz foi errado, mas sei lá, me deu na telha e eu fiz.
Abri brevemente os olhos quando Jimmy me colocou no banco de trás de seu carro. Agora quem ficou comigo foi Matt. Ele colocou minha cabeça em seu colo, e começou a me fazer cafuné. Quantas vezes já me fez dormir assim?
Acordei quando me puxaram. Estavam me tirando do carro. Não me importei de abrir os olhos. Até que lembrei que eles me levaram pra casa de Peter.

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Se não existisse a tristeza e o sofrimento, que valor teria a felicidade?

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